segunda-feira, 5 de novembro de 2012

O que é Cantigas de roda

Por Araújo, A. Ana Paula de
Cantigas de Roda são um tipo de canção popular, que está diretamente relacionada com a brincadeira de roda. A prática é comum em todo o Brasil e faz parte do folclore brasileiro. Consiste em formar um grupo com várias crianças, dar as mãos e cantar uma música com características próprias, como melodia e ritmo equivalentes à cultura local, letras de fácil compreensão, temas referentes à realidade da criança ou ao seu universo imaginário e geralmente com coreografias.
Elas também podem ser chamadas de cirandas, e têm caráter folclórico. Esta prática, hoje em dia não tão presente na realidade infantil como antigamente devido às tecnologias existentes, é geralmente usada para entretenimento de crianças de todas as idades em locais como colégios, creches, parques, etc.
Há algumas características que elas têm em comum, como por exemplo a letra. Além de ser uma letra simples de memorizar, é recheada de rimas, repetições e trocadilhos, o que faz da música uma brincadeira. Muitas vezes fala da vida dos animais, usando episódios fictícios, que comparam a realidade humana com a realidade daquela espécie, fazendo com que a atenção da criança fique presa à história contada pela música, o que estimula sua imaginação e memória. São os casos das músicas “A barata diz que tem”, “Peixe vivo” e “Sapo Jururu”.
Em outros casos, algum objeto cria vida, ou fala-se de amor que para as crianças é representado principalmente pelo casamento, já que o exemplo mais próximo delas é o dos pais. Há ainda as que retratam alguma história engraçada, divertida para as crianças. Contudo, não podemos deixar de destacar as cantigas que falam de violência ou de medo. Apesar de esse ser um tema da realidade da criança, em algumas cantigas ele parece ser um estímulo à violência ou ao medo. Atualmente algumas canções vêm sendo alteradas por pessoas mais preocupadas com a influência das músicas na mente infantil.
Não há como detectar o momento em que as cantigas de roda, já que além de terem autoria anônima, são continuamente modificadas, adaptando-se à realidade do grupo de pessoas que as canta. São também criadas novas cantigas naturalmente em qualquer grupo social.
De acordo com Cascudo (1988), autor que se destaca pelo seu brilhante estudo e grande empenho a respeito do assunto, as cantigas de roda tem um caráter constante. “(…) apesar de serem cantadas uma dentro das outras e com as mais curiosas deformações das letras, pela própria inconsciência com que são proferidas pelas bocas infantis.” (ibid., p 676 ) Elas são transmitidas oralmente abandonadas em cada geração e reerguidas pela outra “numa sucessão ininterrupta de movimento e de canto quase independente da decisão pessoal ou do arbítrio administrativo.” (ibid., p. 146 )
Como podemos confirmar é de acordo com a sua utilização pelas crianças que a cantiga vai se tornando popular. As cantigas hoje conhecidas no Brasil têm origem européia, mais especificamente de Portugal e Espanha. Não é notável, porém, esta origem, pois as mesmas já se adaptaram tanto ao folclore brasileiro que são o retrato do país.
As cantigas de roda são de extrema importância para a cultura de um local. Através dela dá-se a conhecer costumes, cotidiano das pessoas, festas típicas do local, comidas, brincadeiras, paisagem, flora, fauna, crenças, dentre muitas outras coisas. O folclore de determinado local vai sendo construído aos poucos através não só de cantigas de roda, mas também de histórias populares contadas oralmente, cantigas de ninar, lendas, etc.

http://www.infoescola.com/folclore/cantigas-de-roda/
 

Vídeo: Oficina

 

http://www.youtube.com/watch?v=xbyzbswUcCU

Vídeo: brincar e cantar

http://www.youtube.com/watch?v=77t-FKuaoS8&feature=channel&list=UL

Cantigas de roda


CANTIGAS DE RODAS

 


 
ONDE ESTÁ A MARGARIDA?

Onde está a Margarida?
Olê, olê, olá!
Onde está a Margarida?
Olê, seus cavaleiros!

Ela está em seu castelo,
Olê, olê, olá!
Ela está em seu castelo,
Olê, seus cavaleiros!

Eu queria vê-la,
Olê, olê, olá!
Eu queria vê-la,
Olê, seus cavaleiros!

Mas o muro é muito alto,
Olê, olê, olá!
Mas o muro é muito alto,
Olê, seus cavaleiros!

Tirando uma pedra,
Olê, olê, olá!
Tirando uma pedra,
Olê, seus cavaleiros!

Uma pedra não faz falta,
Olê, olê, olá!
Uma pedra não faz falta,
Olê...

Apareceu a Margarida,
Olê, olê, olá!
Apareceu a Margarida,
Olê, seus cavaleiros!





COMO BRINCAR
A que está fora canta a primeira estrofe e corre sozinha em volta da roda. Quando termina, as que estão na roda cantam a segunda. Depois, se alternam nas próximas duas. Em "Tirando uma pedra", o de fora escolhe um colega, dá a mão a ele e, juntos, dão voltas. A muralha responde com a próxima quadra. Assim segue até que todas as "pedras" sejam tiradas



PASSA, PASSA, GAVIÃO
 
Passa, passa, Gavião,
Todo mundo passa.

Os cavaleiros fazem assim,
Os cavaleiros fazem assim,
Assim, assim,
Assim, assim.

Os carpinteiros fazem assim,
Os carpinteiros fazem assim,
Assim, assim,
Assim, assim.

Os sapateiros fazem assim,
Os sapateiros fazem assim,
Assim, assim,
Assim, assim.

COMO BRINCAR
As crianças giram e cantam sempre imitando um ofício


PEIXE VIVO

 

 
Como pode o peixe vivo
Viver fora d’água fria?
Como pode o peixe vivo
Viver fora d’água fria?

Como poderei viver?
Como poderei viver?
Sem a tua, sem a tua,
Sem a tua companhia.

Os pastores desta aldeia,
Já me fazem zombaria,
Por me ver assim chorando,
Por me ver assim chorando,

Sem a tua, sem a tua,
Sem a tua companhia.






COMO BRINCAR
As crianças cantam a música enquanto encenam ou dançam livremente


A CARROCINHA
 
(bis)
A carrocinha pegou
Três cachorros de uma vez.

(bis)
Tralalá,
Que gente é esta.
Tralalá,
Que gente má!



COMO BRINCAR
As duas rodas giram em sentidos opostos cantando a música. Quando chegam em "Que gente é esta", cada um dos que estão na roda menor escolhe um colega da maior e, de braços dados, as duplas rodopiam. Depois, as crianças escolhidas trocam de lugar com as que estavam na roda menor. Há outra opção. Ao chegar ao verso "Que gente é esta", todos soltam as mãos: os da roda maior batem palmas e os da menor, com as mãos na cintura e virados de frente para os seus companheiros, saltam ora com um pé, ora com outro

A GALINHA DO VIZINHO

A galinha do vizinho
Bota ovo amarelinho.
Bota um, bota dois, bota três,
Bota quatro, bota cinco, bota seis,
Bota sete, bota oito, bota nove,
Bota dez!
 

COMO BRINCAR
As crianças cantam a música e ao chegar ao número dez dão um pulo e se agacham.

 
CARANGUEJO


Caranguejo não é peixe,
Caranguejo peixe é.
Caranguejo só é peixe
Na enchente da maré.

Ora, palma, palma, palma!
Ora, pé, pé, pé!
Ora, roda, roda, roda,
Caranguejo peixe é!



COMO BRINCAR
As crianças giram e, no verso "Ora, palma, palma, palma!", todas batem palmas; em "Ora, pé, pé, pé!", batem os pés no chão; e ao cantar "Ora, roda, roda, roda", giram de mãos dadas até o fim da música. No último verso, "Caranguejo peixe é!", elas agacham

CARNEIRINHO, CARNEIRÃO
 
Carneirinho, carneirão-neirão-neirão,
Olhai pro céu, olhai pro chão, pro chão, pro chão,
Manda o Rei, Nosso Senhor, Senhor, Senhor,
Para todos se ajoelhar.
Carneirinho, carneirão-neirão-neirão,
Olhai pro céu, olhai pro chão, pro chão, pro chão,
Manda o Rei, Nosso Senhor, Senhor, Senhor,
Para todos se levantar.


Carneirinho, carneirão-neirão-neirão,
Olhai pro céu, olhai pro chão, pro chão, pro chão,
Manda o Rei, Nosso Senhor, Senhor, Senhor,
Para todos se sentar.
Carneirinho, carneirão-neirão-neirão,
Olhai pro céu, olhai pro chão, pro chão, pro chão,
Manda o Rei, Nosso Senhor, Senhor, Senhor,
Para todos se levantar.
 
COMO BRINCAR O grupo canta, roda e faz o que diz a letra: ajoelha, levanta e senta
                                                                                                                                       
 
MENINA DA UVA

Menina tu és da uva, da uva se faz o vinho

Seus olhos serão gaiolas, gaiola de passarinho.

Entrei num jardim de flores, não sei qual escolherei

Aquela que for mais bela, com ela eu abraçarei.

 


COMO BRINCAR
Faz-se uma roda com uma criança no centro, canta a primeira parte da música e todos param e soltam as mãos, a criança que esta no centro canta a parte final enquanto anda em zigue zague entre ao colegas e abraça o colega onde terminar a música, este vai para o centro e recomeça


.
CORRE COTIA


Corre cotia de noite e de dia

 debaixo da cama da sua tia.

Corre cipó, na casa da vó,

lá tem um cachorrinho chamado totó.

Ele é pintadinho de um lado só,

é um, é dois, é três acabou a sua vez.

 


COMO BRINCAR
Faz-se uma roda e uma criança fica no centro com os olhos vendados, as crianças cantam a primeira parte da música e param, quem está no centro, canta a segunda parte, começam a rodar novamente enquanto cantam a última parte e param em seus lugares, quem está no centro deverá andar devagar até encostar em alguém e através do toque descobrir quem é, e este irá para o centro e recomeça


ANJOS

Senhora dona sanja coberta de ouro e prata,

Descubra o seu rosto que eu quero ver a cara.

Que anjos são estes que andam por aí

De dia e de noite em volta de mim,

Somos filhos de reis e netos de conde

Quem manda se esconde debaixo do pé de conde.

 

Brincadeiras


 
 
 
 
 
BRINCADEIRAS DE RODA

 


Faz-se uma roda, todos de pé. Escolhe uma criança para ficar no centro da roda com olhos vendados e com uma varinha na mão. As crianças começam a girar na roda e cantar: Ah, minha gatinha parda, que em janeiro me fugiu, quem roubou minha gatinha você sabe, você sabe, você viu? Todos se calam. A que está no centro da roda toca em alguém com a varinha. A que foi tocada deve miar como um gato. Quem tocou tenta descobrir que é. Se descobrir, diz o nome e quem miou vai para o centro recomeçar a brincadeira. Se não acertar continua sendo a do centro, recomeça a brincadeira até adivinhar quem é.

 


As crianças ficam em roda e uma delas fala:
__Elefante colorido Os outros perguntam:
__ De que cor ele é?
A criança deverá escolher uma cor e as outras deverão tocar em algo que tenha esta cor. Se não achar esta cor o elefantinho irá pegá-lo.

 

 

 

Passando a bola

Faz-se uma roda sentados no chão ou em pé, a professora deverá iniciar a brincadeira dizendo o nome de um animal ou um fruta, joga a bola e quem receber a bola deverá dizer outro nome e assim sucessivamente até que alguém não consiga dizer no tempo estipulado, este deverá sair, até restarem apenas dois e decidir quem vence.

No ensino fundamental pode-se incluir verbos, pequenas contas e demais temas estudados.

 


As crianças deverão ficar em roda girando e cantando. A professora irá bater palmas ou apitar e mostrar um cartão que deverá ter um número. Se o número for o 4 por exemplo, as crianças saem da roda e formam grupos de quatro e depois voltam para a roda, continua a brincadeira até não poder formar mais grupos. Quem ficar de fora sai da brincadeira.

Projeto: Resgatando brincadeiras


PROJETO: RESGATANDO BRINCADEIRAS

 

Tema: Brincadeiras de roda

 

Culminância: Durante todo o ano letivo

 

Justificativa:

Diante de um mundo globalizado rodeado por tecnologias, precisamos estar atentos para trabalhar a conscientização do consumismo de brinquedos caros e solitários através de um resgate da cultura  e de brincadeiras que exploram diversos conceitos, onde este projeto envolve todas as áreas de conhecimento.

 

Objetivos:

- Ampliar o repertório musical e de outras brincadeiras de rodas

- Resgate das brincadeiras antigas

- Estimular a imaginação e criatividade

- Possibilitar um trabalho de pesquisa

- Participar de diferentes brincadeiras de roda

 

 

Metodologia

- Oficina

- trabalho em grupo com profissionais da turma G3A

- brincadeira de roda

- músicas

- confecção de cartazes

- dobraduras

- pesquisas

- análise das brincadeiras de rodas

 

Recursos

- internet

- livros

- computador

- cartazes

- aparelho de som

- materiais escolares (tesoura, lápis de cor, papel, entre outros)

 

Avaliação

Será realizada através do diálogo com todos participantes, na busca pela mudança, pesquisa, ampliando seus conhecimentos e interesses.

Brincadeira de roda


Através de nossos estudos no curso de pedagogia, podemos verificar possibilidades de colaborar com tais profissionais em busca de romper tais barreiras, proporcionando momentos para refletir sobre a ação pedagógica, buscando agregar valores sobre atuação do educador e trabalhando algo acessível, colaborativo, instigativo, dinâmicos que aborda o universo infantil de modo contagioso, escolhendo então o tema “Brincadeiras de roda”, o qual encontra menosprezado na instituição, onde não podemos trabalhar somente a ludicidade e diversão, precisamos reconhecer como preservação da memória, pois um povo sem memória é um povo sem história, nós percebemos o trabalho desenvolvido bastante repetitivo, pouco repertório, o qual nós percebemos que esta brincadeira não está extinta, mas com um espaço diminuído, como relata Michahelles:
 
 Porém, sem estarem em alta, também não estão extintas. E configurando uma situação contrastante e quase contraditória - é certo que muitas vezes tendo partes omitidas ou formas esquecidas e transformadas, elas sobrevivem a era do computador. Talvez como um reflexo da busca do contato com a expressão genuína e ancestral que é, em última instância, insubstituível.
 
Buscaremos desenvolver este tema trabalhando conceitos que contextualizam a importância da interdisciplinaridade, onde através do lúdico, da linguagem, podemos trabalhar diversos conteúdos importantes para o desenvolvimento social, cultural e emocional, onde  os movimentos, a gestualidade, o cantar, imitar faz com que a criança interaja, expressa desejos, necessidades e a partir daí trabalhar e desenvolver outras áreas na sala de aula, pois o brincar faz com a criança exercita o seu corpo naturalmente, desenvolve o raciocínio, memória e principalmente o gosto pela música.
A brincadeira de roda, por ser bastante amplo o seu trabalho, pode avaliar que trabalha desde a matemática, português, geografia, artes, educação física e a disciplina de história, onde Michahelles diz na simplicidade das suas melodias ritmos e palavras, guardam séculos de sabedoria e a riqueza condensada do imaginário popular”, onde aprender uma língua não é somente aprender palavras, mas também os seus significados, interpretações e representações da realidade, o qual Godinho (1996) relata:

 

 
"...Quem é esta que me estimula a sair deste mesmo colo e a buscar o mundo lá fora arriscando mais um rompimento, me oferecendo a chance de partilhar com os outros iguais a mim..."






Fonte: MICHAHELLES, B. Cantigas e brincadeiras de roda na musicoterapia. Disponível em < http://www.taturana.com/mono.html> Acessado em 01 de novembro de 2012.

 

-